sábado, 1 de novembro de 2008

Doidas, todas doidas.


"Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar 'the big one', aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais... Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?

Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante."

O novo livro de crônicas da gaúcha Martha Medeiros, 'Doidas e Santas' (231 pg. - L&PM Editores, R$ 31,00), lançado em setembro, caracteriza a leveza da autora, que descreve temas cotidianos e o que se passa periodicamente em nossa cabeça, mas que não damos evolução pelo simples fato de que não levamos em consideração nossas simples emoções, nosso dia-a-dia. 'Conversa de mulherzinha', pensamos.

Pois Martha Medeiros nos mostra que não está disposta a ter uma simples 'conversa de mulherzinha' e discute de maneira bem humorada amores, política, problemas sociais e conversas que lembram nossas tardes tumultuadas. São cem crônicas, que vão de outubro de 2005 a julho de 2008, muitas delas inéditas.

A maioria delas fala sensivelmente de anseios femininos, tratando nossa insanidade de maneira agradável, leve perante o mundo. As crônicas são diversificadas, relacionando filmes, músicas, pessoas, artistas... Vidas. Um livro contemporâneo que, aparentemente leve, nos faz analisar criticamente cada minúcia de nossas alegrias e desilusões. 'Conversa de mulherzinha' não. Conversa de loucas. De fascinantes.

*Pricilla Farina é estudante de jornalismo e metida a escritora nas horas vagas.


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