sábado, 1 de novembro de 2008

Stop - Última Parada




O entrelaçamento de duas histórias, de dois jovens que foram corrompidos pelo tráfico de drogas e a injustiça brutal da desigualdade social de nosso país. A visão maternal da destruição humana e da precariedade que as pessoas insistem em ignorar. As últimas horas de um excluído social passadas na tv, transformadas em evento midiático e apresentadas a todos que viram a cara para o perigo iminente de seu cotidiano.

O seqüestrador do ônibus 174, que teve sua história de condição humana passada no documentário de José Padilha (ônibus 174) ganha um filme, produzido por Bruno Barreto, com roteiro de Braulio Mantovani (Cidade de Deus), nos cinemas desde o dia 24 de outubro.

O filme é todo produzido com não-atores ou com atores com pouca experiência profissional, vindos de grupos carentes do teatro do Rio de Janeiro. Baseado na história real, história de tantos outros brasileiros, o filme mostra parte da vida de Sandro do Nascimento, sua saga como ex-menor de rua, assaltante e sobrevivente da Chacina da Candelária, assim como o drama noticiado ao sequestrar um ônibus no ano de 2000, no Rio de Janeiro, Jardim Botânico, onde ele transformou os passageiros em reféns. Reproduzindo toda a tensão pós seqüestro e morte de Sandro Nascimento, um menino que queria ser compositor de rap, e que acabou morto por seus próprios erros, o filme mostra desde a infância até o enterro, onde a mídia não esteve presente.

O 'Última Parada 174' mostra, como tantos outros filmes nacionais, o tráfico, a violência e o lado marginal e desumano de ser brasileiro, nada parecido com o samba e o futebol alegre que vendemos para o resto mundo. Estava mais do que na hora de sabermos quem realmente somos, ou você vai querer esperar mais uma última parada para mudar alguma coisa?

Site do filme, candidato brasileiro à indicação ao prêmio de melhor filme em língua estrangeira no Oscar 2009: http://www.ultimaparada174.com.br/ . Lá você encontra a sinopse, artigos referentes ao tema e o trailer do filme.

*Pricilla Farina


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